terça-feira, 18 de junho de 2013

As marcas devem ou não se posicionar sobre as manifestações sociais dos últimos dias?

Foto: Yuri Barichvich


Observando a postura de algumas marcas, umas se dizem a favor, 
outras preferem não se posicionar.


Nos últimos dias, o que era um protesto local em prol da tarifa dos ônibus urbanos de São Paulo, tornou-se um movimento social que abrangeu o Brasil inteiro. Ontem foi um dia histórico, mais de 250 mil pessoas espalhadas em várias capitais, foram até as ruas mostrar que o "gigante acordou", como diz uma das hashtags que mais alavancou o assunto na rede. Todas as vezes que um assunto toma tamanha força midiática em nosso país, isso unifica as pautas jornalísticas e também as conversas informais de cada grupo de pessoa.  Pessoas é o principal foco de qualquer marca e geralmente aquilo que interessa o público é também mote para o perfil do discurso momentâneo de promoção de vários segmentos. 

Lembram do hit da "Luiza do Canadá"? Então, várias marcam aproveitaram o viral e criaram ações ou pequenas peças que usavam o jargão ao seu favor. Mas, e quando o hit é uma causa social, um posicionamento político ou cívico, ou ainda, algo que envolve uma ideologia, que nem sempre todos os componentes do seu público estão de acordo? Estamos vendo uma das maiores manifestações sociais da história recente do nosso país. Não só nas ruas, como também nas redes sociais, é imensurável a quantidade de pessoas que estão engajadas com o "#vemprarua". As grandes empresas ou marcas devem ou não se posicionar? Vejamos um exemplo  interessante que pode ser usado para a causa social e também promocional e não necessariamente devemos pensar que uma é rival da outra.

Posicionamento do Grupo Trigo, conhecida por sua marca Spoleto.
O Grupo Trigo, que é dono de marcas do setor alimentício, como a famosa Spoleto, está usando suas rede sociais para demonstrar apoio ao movimento social que envolveu o país. Algumas marcas preferem não se posicionar e entendem que isso pode fazer mal para a imagem da empresa, visto que nem todos os componentes de seus públicos estão de acordo com esses movimentos. No entanto, a ousadia do Grupo Trigo é uma estratégia que também faz uso do âmbito comercial. A própria presença de uma marca numa rede social, a obriga a comunicar-se de maneira mais informal e se adaptando à situações que surgem a todo momento. Qual é o público do Spoleto? Será que eles são contra ou a favor das manifestações? Se apenas parte do público é a favor, aí entra outra questão em jogo: a segmentação. Sabe-se que construir o brand de uma empresa baseando-se na superficialidade de seus conceitos a fim de agradar a todos não é mais tão eficiente quanto engrossar mais o discurso e segmentar a fala e consequentemente conversar de forma super eficiente para um público altamente contextualizado com um determinado assunto, tema ou situação que esteja em pauta, como neste caso.

Um posicionamento simples, mas que faz uso da força/credibilidade que uma marca tem para influenciar o público, sobretudo aqui o que é ligado ao Grupo Trigo pela afetividade atribuída às suas marcas. Sim, o posicionamento faz uso do hit de engajamento social dos últimos dias também pensando comercialmente. Mas, quem disse que o social necessariamente precisa atrapalhar o promocional ou as duas coisas não podem se relacionar? Pelo contrário... O lance é saber usar as "armas" a favor do bem, da busca pelo bem, não importa de que forma. Ótima iniciativa!



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